sexta-feira, 26 de outubro de 2007

25/10 - Dia do Macarrão

Macarrão - O queridinho do Brasil

Vamos conhecer algumas boas histórias sobre essa iguaria que é uma unanimidade gastronômica.

- Muito prazer, meu nome é Ravioli.
- Prazer, o meu é Capeleti.

Esse diálogo até parece uma piada infantil, dessas que pretendem ensinar às crianças o significado de alguns termos e acepções.

Mas, por incrível que pareça, esse bate-papo existiu mesmo e tirou do sério o pai de um famoso cozinheiro.

Ele pensou que o cara estava tirando um sarro com nosso sobrenome, mas era verdade , diz Roberto Ravioli, restaurateur e comandante das cozinhas do Empório Ravioli e do Ravioli Cucina Casalinga, ambos na capital paulista.



A conversa entre Raviólis, Capeletis, Espaguetes e Lasagnas na Itália é algo comum: os nomes de família são os mesmos que titulam as principais massas do país, que acabaram sendo propagadas pelas Américas a partir dos movimentos imigratórios do século XIX.
No Brasil, essa tradição culinária encontrou um terreno mais que fértil e nada melhor que alguém que tem macarrão até na assinatura para dizer o porquê. Bom, bonito e barato.
O macarrão tem carboidrato, dá energia, e é uma grande base para receber qualquer mistura de ingredientes , afirma Ravioli.
A receita do Ravioli
Fettuccine Orto e Mare
Rendimento: 4 pessoas
Ingredientes:
1 pacote de fettuccine
1 xícara de caldo de legumes ou de frango
Para o molho:
4 colheres (sopa) de azeite
2 dentes de alho picado
16 camarões grandes e limpos
Cascas de 3 abobrinhas cortadas em tiras
4 tomates sem sementes cortados em tiras
½ cálice de vinho branco seco ou conhaque
2 filés de aliche (anchova)
50 g de bottarga ralada
Modo de preparo:
Em uma frigideira, doure levemente o alho no azeite, junte os camarões e deixe tomar gosto.
Acrescente as cascas da abobrinha, refogue por dois minutos, flambe com o vinho (ou conhaque).
Junte os tomates cortados em tiras e as anchovas (aliche), que irão se dissolver no azeite.
Deixe refogar, junte ½ xícara de caldo de legumes ou frango e ferva por três minutos.
Junte a bottarga e sirva com o fettuccine cozido al dente (decore com tomates-cereja assados).



Cada um, cada receita
Fácil de fazer, a massa italiana também é alvo de polêmica.
Isso porque cada um tem seu jeito especial de colocá-la na água fervente, escorrer e despejar o molho.
Nunca coloco óleo na água do macarrão, porque ele não precisa de graxa.
Ele só gruda porque as pessoas colocam mais massa do que água , opina Ravioli.
Já para o chef Josenildo de Lima, mais conhecido como o masseiro Bolinha do Via Castelli, o segredo é dar um choque térmico com água fria antes de escorrer a massa.
Responsável pelo exclusivo buffet com mais de 20 tipos de massas artesanais do restaurante, Bolinha garante que nada se compara aos espaguetes, talharins e raviólis feitos de maneira manual.
Tem uma diferença enorme entre a minha receita e a de supermercado.
A minha só tem farinha de trigo e ovo, e as outras têm muito corante e outros aditivos , afirma ele. Para quem prefere a facilidade de comprar a massa pronta no saquinho o chef dá a dica.
O macarrão não tem segredo. É só fazer a receita, amassar bem com o rolo manual para ficar leve e cortar. Fácil!!

A receita do Bolinha
Tagliarini verde al Pomodoro

Ingredientes:
300 g de tagliarini de espinafre cozido
100 g de tomate italiano sem pele e sem semente cortado em cubos
20 ml de azeite extra-virgem
1/2 dente de alho
Queijo parmesão ralado a gosto
Sal e manjericão a gosto

Modo de preparo:
para o molho, doure o alho no azeite.
Acrescente os cubos de tomate e refogue-os até ficarem macios.
Adicione o sal e o manjericão a gosto.
Para a montagem do prato, disponha o macarrão em um prato fundo próprio para massas, acrescente o molho e decore com as folhas de manjericão.
Sirva com queijo parmesão ralado.

Se esse macarrão falasse...
Símbolo de domingos em família, a famosa macarronada não precisa ser sempre igual.
Para quem gosta de experimentar novos sabores é válido pedir licença à nona e acrescentar um temperinho a mais, uma carne diferente ou um molho especial à tradicional receita do espaguete à bolonhesa.
E foi assim, com a intenção de inovar e inspirado em um prato romano, que um cliente do italianíssimo Gigetto pediu ao então atendente Giovanni Bruno - uma das figuras mais conhecidas no meio gastronômico da capital paulista - que acrescentasse alguns champignons, ervilhas e presunto ao macarrão.
Sem querer, ele havia criado o Capeleti à Romanesca, um prato que ganhou vida própria e hoje é encontrado até entre os congelados da Sadia.
A receita nasceu na década de 50 e foi se espalhando conforme os nossos funcionários foram fundando novas casas , diz uma das proprietárias atuais da casa, Ana Paula Lenci.
Se para uns, macarrão bom mesmo é aquele feito sem óleo ou em casa, para outros o que vale é a história que esse famoso prato pode ter suscitado ao longo da vida.


Capeleti à Romanesca

Ingredientes:
500 g de capeleti de carne fresco

Molho:
400 ml de creme de leite fresco
200 ml de leite
50 g de farinha de trigo
50 g de manteiga sem sal
Sal a gosto
100 g de presunto cozido picado
100 g de champignons
50 g de ervilhas tenras

Modo de preparo:
doure a manteiga com a farinha de trigo.
Acrescente o leite já bem aquecido aos poucos, mexendo sempre até engrossar.
Junte o creme de leite e adicione os demais ingredientes.
Coloque os capeletis em um refratário, cubra com o molho, polvilhe com parmesão e leve ao forno para gratinar.



Invenção chinesa

A origem do macarrão é tão controversa quanto suas utilidades e modo de preparo.

Italianos requerem a honraria de terem inventado as massas como as conhecemos hoje, mas árabes e chineses também já discutiram a patente da iguaria.

O que se sabe é que um exemplar de quatro mil anos de um noodle, o macarrão chinês, já teria sido encontrado e comprovaria o nome de sua pátria original.

De uma forma ou de outra, o certo é que as massas orientais são tão gostosas quanto as italianas - apesar de ainda não terem caído no gosto do povo por motivos óbvios.

Elas ainda são caras e não é fácil encontrá-las em boa qualidade , explica Fábio Eustáquio, um dos chefs do asiático East, em São Paulo.

O restaurante acaba de incluir algumas receitas de noodles ao cardápio fixo, depois do sucesso de um festival que tinha nessas massas a principal atração. Elas são bem diferentes das italianas, têm receitas que não se restringem à farinha de trigo e molhos bem mais exóticos , diz.

Com uma textura diferenciada e molhos à base de shoyu, ostras e peixes, os noodles também são consumidos de maneira diferente: com hashis no lugar de garfo, faca e colher.

É só juntar os pauzinhos, enrolar o macarrão, colocar uma parte na boca e chupar , ensina Fábio. O modo de cozimento dos diversos tipos de massa também não é nada usual. Alguns são cozidos normalmente, outros são fritos e outros só são colocados na água fria , afirma.

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